Raven - Noites de Florença (The Raven)
Autor: Sylvain Reynard
Edição Portuguesa: Chá das Cinco
Sinopse
Em Florença, na célebre Galeria Uffizi, estão expostas ilustrações de Botticelli de valor incalculável. Pertencem ao professor de literatura Gabriel Emerson que acedeu ao pedido da esposa em partilhar com o mundo a beleza das obras de arte. Quando as ilustrações são roubadas, a principal suspeita é Raven Wood, uma jovem restauradora de arte que trabalha na galeria. Desesperada por limpar o seu nome, descobre que uma figura misteriosa conhecida como o Príncipe de Florença governa o submundo da cidade. Ele é perigoso, letal e tudo o que deseja é vingança contra Gabriel e Julianne. Para salvar as suas vidas, Raven terá de enfrentar um mundo de sombras e desafiar a autoridade do Príncipe. Mas será ela capaz de decifrar os enigmas da noite e revelar a verdade?
Opinião
Ah quer dizer, no Inferno de Gabriel a sinopse só falava de prazer escaldante e lúxuria inebriante e mais afins, neste livro, QUE TEVE MAIS TEOR SEXUAL QUE TODA A TRILOGIA DE GABRIEL, não dão nem um cheirinho... A capa continua uma bela #&$@%, nada a ver com a história, mas não há-de ser nada. E este título... Enfim.
Eu sou uma fanzaça de vampiros e a escrita do Sylvain é completamente soberba, mas... Não é que o livro seja mau, que não foi, mas eu acho que estava à espera de outra coisa, acho que na minha cabeça tinha uma ideia do que seria a história e depois acabou por não se concretizar.
O que não significa que seja uma má história. Aliás eu andei viciadíssima desde o primeiro capítulo, como já referi antes o escritor é qualquer coisa de extraordinário e cada vez fico mais a par da arte clássica italiana. Só que a comparação à trilogia anterior é inevitável, e pelo menos para mim, fica um bocadinho aquém. Não é o mesmo género, eu sei, mas... Eu sou um bocadinho picuinhas, e assim que vi "vampire" com y (sim, vampyre), até se me deu uma coisinha má. O Sylvain habituou-me a um tipo de classe e requinte que eu nunca encontrei em mais lado nenhum, e depois esta história tem cenas tão vulgares... Não é nada que eu nunca tenha lido, aliás já li bem pior, e não é que desgoste totalmente, só que realmente não estava à espera.
No entanto, é uma boa história de romance com um vampiro lá pelo meio. O desenvolvimento da história e a introdução das personagens leva o seu tempo, não é tudo a correr para os protagonistas se encontrarem e magicamente se apaixonarem loucamente. Aliás, isso foi uma das partes boas desta história, as coisas não foram forçadas, foram acontecendo e sempre com um intervalo de tempo razoável e verosímil; não me estava nada a apetecer ler as histórias de atracção física instantânea que a maioria dos autores tenta forçar como amor à primeira vista, e fiquei feliz por isso não acontecer. É sem dúvida uma história rica em detalhes, desenvolvimento de personagens e revela uma pesquisa fantástica do autor sobre arte italiana.
Para mim que li a trilogia anterior do autor, foi muito bom rever alguns personagens, mas não sei se o escritor ganhou alguma coisa em ter o Gabriel e a Julia nesta nova história, que se passa num universo paralelo. A mim não me prejudicou a história, não deixa de ser estranho. Ainda assim, foi uma leitura que me entreteve muito e estou desejosa para ler o próximo livro da trilogia!