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feel the pages

uma fangirl obsessiva compulsiva opina e partilha a sua experiência sobre livros de ficção

Na Sombra da Noite (Dark Lover)

 

 

Autora: J. R. Ward

Edição Portuguesa: Casa das Letras

 

Sinopse

Seis guerreiros vampiros, amantes perigosos e irmãos de sangue vêm até si neste livro verdadeiramente poderoso. Nas sombras da noite da cidade de Caldwell, em Nova Iorque, trava-se uma guerra territorial entre vampiros e seus caçadores. Ali existe um bando secreto de irmãos sem igual - seis guerreiros vampiros, defensores da sua raça. Mas nenhum deseja mais a morte dos seus inimigos do que Wrath, o chefe da Irmandade da Adaga Negra… Único vampiro de puro-sangue que resta no mundo, Wrath tem contas a ajustar com os matadores que lhe levaram os pais, séculos atrás. Mas quando um dos seus mais estimados combatentes é assassinado - deixando órfã uma filha meio-sangue desconhecedora da sua herança e do seu destino - Wrath tem de tratar do acolhimento da bela fêmea no mundo dos não-mortos... Transtornada por uma inquietude no seu corpo que não conhecia, Beth Randall não tem defesas contra o homem perigosamente excitante que vem visitá-la durante a noite, com os olhos encobertos. As suas histórias de irmandade e sangue assustam-na. Mas o seu toque acende uma fome crescente que ameaça consumir ambos...

 

 

Opinião

Ora bem, eu comecei a ler a Irmandade da Adaga Negra nem sei muito bem porquê. Já conhecia os livros de outras andanças mas nunca lhe dei muita atenção, até porque as capas portuguesas são horriveis, e os olhos também comem (mas lá fora dizem que as nossas capas são fantásticas...). Este ano voltaram a saltitar à minha frente, especialmente nas estantes do quarto da minha madrinha académica. E como eu não tinha nada para ler depois da saga Hush Hush, ela aí foi (estive para ler o Dark Hunter, mas aquilo são tantos livros que até me deu uma coisinha o.O).

Voltando ao principal. Este é o primeiro livro da saga, blá blá blá, whiskas saquetas. Para mim, o primeiro impacto foi que isto era um género de The Lost Boys encontra o Extreminador Implacável. É só vampiros que parecem gigantes, cheios de músculos e caras de mau, a andar pelas ruas de Caldwell de punhal na mão (punhal, não, adaga!) a matar gente que é verdadeiramente má e que só por acaso até já estão mortos e têm sangue preto a circular nas veias.

O livro começa de uma maneira um bocado para o tola. O Darius (que apesar de ir morrer já a seguir, tem um papel fundamental ao longo da série toda) andou a enrolar-se com uma humana há uns vinte e tal anos, que por acaso até era quem ele amava, e agora a filha que eles tiveram (que nunca soube quem foram os pais e está sozinha e abandonada no mundo, só com o seu trabalho miserável de jornalista como auge pessoal - cliché anyone?) está para se tornar vampira. Sim, porque neste universo, não há cá mordidas no pescoço e passas tu a morder também. Tu ou nasces com a banda certa no loci certo no braço certo do cromossoma certo ou então podes fazer rituais satânicos à vontade que nunca terás presas nem serás imortal.  Adiante, ela está para sofrer a transformação, mas como aquilo é de uma dimensão de sofrimento tão grande, ela pode ir para ao jardim das tabuletas sem nunca ter tidos os caninos mais afiados, a não ser que tenha uma ajuda tão poderosa (e por ajuda quero dizer sangue) que esteja com ela no momento em que a transformação surja e que a permita passar por aquilo sã e salva. E eis que ele vai pedir ao rei dos vampiros para ser ele o doador de liquido vermelho, mas recebe um rotundo não! (porque o Wrath é que manda!). Triste da vida, ele sai da discoteca (sim, nada melhor do que pedir ao teu rei/amigo de guerra que te salve a filha no meio de milhentas pessoas a soar e a fumar e a drogar-se e a fazer sabe-se lá mais o quê), entra no carro e puff! fez-se o chocapic, forte em chocolate!

 

 

 


Quando o amiguinho Wrath sabe, fica furibundo e decide então ajudar a rapariga. Mas apaixona-se por ela. E a Beth por ele. Dois segundos depois de se olharem um ao outro. É uma atracção sexual que nem vos passa pela cabeça, do género 'olhou -> teve medo -> mas ele é tão sexy -> cama'. E o resto da história desenvolve-se a partir daqui, de maneira tão previsível (ao inicio) que até mete aflição. O Wrath tem de protegê-la mas no meio de tanta protecção, esquece-se de lhe proteger a vida sexual. Depois é o típico 'ah ele afinal é perigoso porque escondia um passado que eu só vi nos filmes que passavam às 3 da manhã, mas eu não consigo desgostar dele porque ele é enorme e musculado e anda sempre de óculos escuros'.

No meio disto, existe sempre a guerra entre vampiros e lessers (que são os senhores brancos que já estão mortos, mas que continuam vivos), que eu digo já que não li nem metade, porque não me interessava, mas que eu ia lendo página sim página não, só para ver se mudava alguma coisa da história. Resultado: no meio de um confronto, o Wrath leva um cacete ou dois e vai parar ao hospital de vampiros, que por acaso é só uma mansão onde vive o médico dos vampiros e a irmã, que era a rapariga onde o rei-cego ferrava o dente - não no sentido preverso da cena, porque estes vampiros só podem alimentar-se do sangue de vampiros do sexo oposto para a preversidade ele tinha a Beth. Depois das experiências de quase-morte, declarações de amor eterno e sexo na maca hospitalar, a Beth torna-se raínha da vampirada (com uma cerimónia toda linda) e vivem felizes para sempre.

 

Quem lê isto pensa, que fantochada. Mas não. Eu achei este livro tão fofo (no sentido não peludo da coisa)... Para já existe um enorme universo em redor da história e um enorme glossário de palavras que parece que estamos a falar extraterrestrês, o que é bom, vê-se que houve imenso trabalho da parte da autora para não integrar estes vampiros na categoria de sanguessugas a que estamos habituados e de facto conseguiu. E a injecção de personagens é fantástica. Normalmente não gosto quando existem muitas, porque faz com que os autores tenham tendência a dispersar, mas sem dúvida que todas são importantes para esta história. Até porque serão pilares para os outros livros da série. Este facto foi o que me fez gostar realmente desta série (porque eu já li mais alguns volumes da colecção), é que cada livro conta uma história individual, mas que ao mesmo tempo se passa dentro do que já conhecemos, tendo interrupções ocasionais de cenas que não têm nada a ver com o personagem principal mas que fazem do livro um todo, tipo telenovela.

 

Tenho de confessar que não gostei particularmente da história entre a Beth e o Wrath (ok gostei, porque eu sou uma melosa romântica incurável, mas às vezes a história era muito previsível...). O que me fez gostar do conteúdo em si foram os entretantos, o conhecer o universo todo, os irmãos da Irmandade e o segundo casalinho (que para mim é o meu preferido até agora, mas que depois teve um livro de nhanha - quando eu fizer a revisão explico porquê): o Butch (que era um policia que gostava da Beth - aliás todos os policias gostavam da Beth, era uma loucura. E claro, ela não gostava de ninguém... go figure why) e a Marissa (que era a vampira virgem - sim leram bem, vampira virgem - que dava a veia ao rei) e a forma como todos os enredos se cruzavam sem esforço nem obrigatoriedade (ao contrário de como às vezes vemos umas cenas em que pensamos 'isto nunca ia acontecer, nunca na vida...'), tal e qual como se fosse na vida real.

 

Mais uma coisa, este livro e os que se seguem da saga não são para mentes inocentes. Estão a ver o Fifty Shades of Grey? Isto é muito pior. Pronto se calhar sem o sadomasoquismo e os chicotes e tal (até chegar ao 5º livro, aquele Vishous... AHHGRR), mas o sexo abunda aqui, eles podem ter muitos inimigos e batalhas e problemas de gente que bebe sangue - tipo excesso de eritrócitos - mas problemas de insatisfação sexual? Fuck that shit, esta gente não tem moral para cantar com os Rolling Stones.

 

É claro que me faltaram muitos pormenores, mas como a minha intenção também não é ser desmancha prazeres, peguem lá no livrinho (ou saquem-no da net) e rendam-se. Depois falamos ;D

 

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